domingo, 23 de junho de 2013

Sequência didática: Pausa



LEITURA E ANÁLISE DO CONTO

“PAUSA"






  1. ESTUDO DO GÊNERO TEXTUAL : CONTO
    • ELEMENTOS DA NARRATIVA

       2, APRESENTAÇÃO:

  • LIVRO: “O CONTO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO”- ALFREDO BOSI;
  • BIOGRAFIA DE MOACYR SCLIAR ( SLIDES);
  • DISCUSSÃO SOBRE O TÍTULO “PAUSA” E SOBRE O TEMA “RELACIONAMENTO”.

       3. LEITURA DO CONTO FEITA PELO PROFESSOR:
·         EM VOZ ALTA;
·         LEITURA DO 1º AO 17º PARÁGRAFOS PARA CRIAR UM SUSPENSE , DEIXAR OS ALUNOS CURIOSOS;
·         APÓS A LEITURA, DEIXAR OS ALUNOS A VONTADE PARA QUE APRESENTEM COMENTÁRIOS SOBRE O DESFECHO E PARA QUE FAÇAM  INFERÊNCIAS.

       4. CÓPIAS DO TEXTO:
·         FORNECER UMA CÓPIA DO TEXTO AOS ALUNOS PARA QUE ELES TERMINEM DE LER O TEXTO SOZINHOS E DESCUBRAM O FINAL DA HISTÓRIA;
·         DAR VOZ AOS ALUNOS PARA QUE ELES APRESENTEM NOVOS COMENTÁRIOS E TAMBÉM ESTABELEÇAM UM DIÁLOGO ENTRE O TEXTO E OS ACONTECIMENTOS DA VIDA REAL.

        5. ESTUDO DO TEXTO:
  • ATIVIDADES DE VOCABULÁRIO E INTERPRETAÇÃO.



CURSISTA: PROFESSORA APARECIDA AVELANEDA GRANDE

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Poema: Infância - Carlos Drummond de Andrade




Este Lindo poema de Carlos Drummond de Andrade lembra meus tempos de criança no interior do Paraná. Só faltou a mim o livro com a história de Robinson Crusoé!

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Professora Cleide

domingo, 16 de junho de 2013

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: PAUSA

Estratégias de Leitura

Público Alvo: 7ª série/8º ano – 8ª série/ 9º ano

Texto: Pausa - Moacyr Scliar

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva*; mas as sobrancelhas eram espessas*, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume* na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas*.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente.* Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé.
— Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
— Estou com pressa, seu Raul! — atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante.
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre* floreado, olharam-no com curiosidade:
— Aqui, meu bem! — uma gritou, e riu: um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.
Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé*. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho* franzido com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente* quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos. Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos...
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido*.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam.
Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante* nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo* com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou  lentamente; ouviu o apito soturno *de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
— Já vai, seu Isidoro?
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
— Até domingo que vem, seu Isidoro — disse o gerente.
— Não sei se virei — respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, rindo. Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.
SCLIAR, Moacyr. In: BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cutrix, 1997.



1º passo - Antecipando o texto

1.    Qual o significado da palavra pausa para você?
2.    Quando você precisa de uma pausa no seu dia-a-dia?
3.    O que você faz quando isso acontece?


2º passo – Leitura do texto


3º passo – Análise textual

Leia novamente o texto fazendo anotações de acordo com o esquema:

Símbolo
Analisar
Sublinhado
Possibilidades de dedução
Com *
Hipótese de significado
Negrito
Termo anterior a qual se refere


4º passo – Estudo do texto

1.    O que Samuel procurava fazer todos os domingos?
2.    Por que você acha que ele fazia isso?
3.    Qual a relação entre Isidoro e Samuel?
4.    Ao final do texto, há uma mudança no comportamento de Samuel? Explique.


5º passo – Interdiscursividade

Leia a letra da música e relacione com texto lido. (Se possível, levar a música para tocar para os alunos)
 
Cotidiano - Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor. 

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.


6º passo – Trecho do filme

Após assistir trechos do filme “Click” – Frank Coraci, relacione-o com a música “Cotidiano” - Chico Buarque e com o texto "Pausa" - Moacyr Scliar. Faça uma produção textual, mostrando essa relação e analisando os costume do dia-a-dia das pessoas.


Michael Newman (Adam Sandler) é casado com Donna (Kate Beckinsale), com que tem Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann) como filhos. Michael tem tido dificuldades em ver os filhos, já que tem feito serão no escritório de arquitetura em que trabalha no intuito de chamar a atenção de seu chefe (David Hasselhoff). Um dia, exausto devido ao trabalho, Michael tem dificuldades em encontrar qual dos controles remotos de sua casa liga a televisão. Decidido a acabar com o problema, ele resolve comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, que funcione para todos os aparelhos eletrônicos que sua casa possui. Ao chegar à loja Cama, Banho & Além ele encontra um funcionário excêntrico chamado Morty (Christopher Walken), que lhe dá um controle remoto experimental o qual garante que irá mudar sua vida. Michael aceita a oferta e logo descobre que ela realmente é bastante prática, já que coordena todos os aparelhos. Porém Michael logo descobre que o controle tem ainda outras funções, como abafar o som dos latidos de seu cachorro e também adiantar os fatos de sua própria vida.

Professora Cláudia Mª Carpinelli Sabbag

Sequência Didática: Avestruz

Estratégias de Leitura

Público Alvo: 5ª série/6º ano – 6ª série/7º ano

Texto: Avestruz – Mario Prata

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois
dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2Caderno aluno p. 9Caderno do Professor p. 18


1.  Ativação de conhecimento de mundo: Antecipação ou predição, checagem de hipóteses
Oralidade (roda de conversa):
      Conhecimentos prévios sobre o título;
       O que sabem sobre o avestruz?
       Alguém já viu um avestruz?
       Descreva o avestruz.

2. Localização de informações, comparação de informações e generalizações
  • Leitura compartilhada
  •  Questionar
              a)   É viável possuir um avestruz como animal de estimação em um apartamento?
                            b)  É tão prático conseguir um avestruz como se faz o pedido de uma pizza?
   c)    Por que o autor cita que o avestruz foi um “erro da natureza”?
   d)    Qual a sua opinião quanto ao ponto de vista do autor a respeito do “erro”?

3. Produção de inferências locais, produção de inferências globais

·         Por que o autor cita o nome Strithio camelus australis?

4. Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas da atividade de leitura

·         Esse texto pode sugerir a época em que ele foi escrito?O que indica e comprova a sua resposta?

5. Percepção das relações de intertextualidade; percepção das relações de interdiscursividade

·         Comparar a crônica Avestruz ao conto O patinho Feio
·         Semelhanças e diferenças(diversidade)
6. Percepção de outras linguagens,elaboração de apreciações estéticas

Solicitar pesquisas (ficha técnica sobre outros animais)

Reino
animalia
Filo
chardata
Classe
aves
Ordem
Struthioniformes
Família
Struthionidae vigors, 1825
Espécie
S. camelus
Altura
2 a 2,70
Peso
100 a 150kg
Expectativa de vida
50 a 70 anos

  •      Socialização
Professora Diene Pereira Ribeiro



sábado, 15 de junho de 2013

Sequência didática: Meu primeiro beijo

Sequência didática para desenvolver e ampliar a capacidade de leitura

Público Alvo: 6ª série/7º ano - 7ª série/8º ano

Texto: Meu Primeiro Beijo – Antonio Barreto




É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!


BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.


1º MomentoLevantamento de Hipóteses
   Informe apenas o título do texto aos alunos e faça as seguintes perguntas:
1)    A partir do título como vocês acham que será a história?
2)    O que vocês sabem sobre o beijo?
3)    Quais tipos de beijos vocês conhecem? Por que as pessoas se beijam?

2º Momento – Leitura do texto
Entregue o texto aos alunos e solicite que façam a leitura silenciosa e grifem as palavras que não conhecerem. Em seguida faça a leitura oral para os alunos, com entonação de voz e obediência aos sinais de pontuação.

3º momento: Interpretação Textual
Entregue dicionários aos alunos e solicite que encontrem o significado das palavras que não compreenderam. Em seguida faça uma roda de conversa, comente o significado das palavras e lance as seguintes questões:
1) O texto relata uma experiência vivida pela narradora. Que experiência é essa?
2) Onde aconteceu?
3) Como aconteceu?
4) Ela gostou?
5)Por que vocês acham que o apelido do garoto é Cultura inútil?
6) E vocês? Já viveram a experiência do primeiro beijo? Como foi?

4º momento: Autor

Pergunte aos alunos se conhecem Antônio Barreto e que tipo de textos ele costuma escrever. Caso conheçam, complemente. Se não conhecerem faça uma breve explanação sobre a biografia do autor e suas obras. Explique que o texto lido foi retirado da obra Balada do primeiro amor e comente sobre o livro para que os alunos sintam desejo por conhecê-lo; informe que a biblioteca da escola possui exemplares (caso haja) e que eles poderão pegar emprestado. Indique outras obras, de outros autores com o mesmo tema (faça uma busca antecipada com a ajuda do professor da sala de leitura).

Sugestões:
“O diário de Lúcia Helena” e “Hora do amor “– Álvaro Cardoso Gomes – FTD
“Primeiro Amor” – Luiz Galdino – Quinteto Editorial

5º momento: Intertextualidade e interdiscursividade
Leve outros textos com o mesmo tema, faça a leitura junto aos alunos ou solicite que façam uma leitura compartilhada. Segue algumas sugestões:
  • Um beijo – Luan Santana 
  • Um primeiro beijo – Paula Toller
  • Soneto –Chico Buarque
  • Beijo-flor – Carlos Drummond de Andrade
  • O primeiro beijo – Clarice Linspector 


Você poderá levar os alunos à sala de informática e juntos pesquisarem outros textos com o mesmo tema.

 O mais importante nesta sequência didática é aguçar o desejo à leitura.

Professora Cleide Alexandre da Silva Gianasi